Santo Antônio é um santo único no santoral da Igreja. Foi o papa Leão XIII que o chamou de “Santo do mundo inteiro”. De fato, será difícil encontrar uma igreja ou uma capela no mundo que não tenha um altar ou ao menos um nicho em honra de Santo Antônio, ora apelidado “de Pádua”, porque morreu em Pádua, na Itália; ora apelidado “de Lisboa”, porque nasceu em Lisboa, Portugal. São centenas os apelidos que acompanham seu nome.
Ele é invocado por todas as camadas sociais. Desde os teólogos aos analfabetos. E cada pessoa com suas razões pessoais. O teólogo o estuda, porque Santo Antônio é um dos iniciadores da chamada “Escolástica”, uma escola de teologia que vai ter seus pontos mais altos, 30-40 anos depois, em Santo Tomás de Aquino (dominicano) e São Boaventura(franciscano), por sinal, íntimos amigos, que morreram no mesmo ano (1274). Como Santo Tomás e São Boaventura, também Santo Antônio recebeu o título de “Doutor da Igreja”, título máximo que a Igreja até hoje só concedeu a 37 teólogos. E os teólogos apelidaram Santo Antônio de “Doutor do Evangelho”, pelos excepcionais conhecimentos das Escrituras Sagradas que ele tinha e demonstrava nos sermões, sobretudo quando defendia em público as verdades da fé.
O povo, muitas vezes, esquece o grande teólogo, para venerar nele o santo que vem em socorro dos aflitos e angustiados, o santo que arranja emprego, o santo que encontra as coisas perdidas, o santo casamenteiro, o santo que alimenta os pobres, o santo protetor contra os demônios, o santo das confidências mais íntimas.
O povo gosta de ver sua estátua com o livro na mão, o que significa que o santo sabe das coisas e acerta sempre quando nos sugere um caminho de vida. Gosta de vê-lo com o Menino no colo, o que aumenta a confiança, já que o santo tem intimidade com Deus, e não o Deus juiz de vivos e mortos, mas o Deus ternura e carinho, tão bem simbolizado em uma criança de colo. O povo olha embevecido para os lírios que o Santo segura, símbolos de um coração sem pecado, que todos queremos.
Muitas vezes, olhando para o cordão que Santo Antônio tem pendente do lado direito, com três nós (que, na verdade, simbolizam os três votos religiosos: a pobreza, a castidade e a obediência), pensam que simbolizem as três virtudes principais do cristão, que são a Fé, a Esperança e a Caridade. E lhe pedem para aumentar a força da Fé nas horas difíceis; refazer as razões da Esperança em tantos momentos de desespero; reacender as chamas do Amor, vezes tantas já cobertas pelas cinzas das dificuldades materiais e espirituais.
Ouso dizer que Santo Antônio é uma obra caprichada da Santíssima Trindade. O Pai lhe concedeu imensos poderes. O Padre Vieira diria, em 1658: “Imensos poderes, mas nunca para destruição, nunca para ruínas, nunca para dano, castigo, perda ou dor de alguém. Sempre para remédio, para alívio, para consolação, para alegria, para o bem e utilidade de todos”. E disto todos nós somos testemunhas.
Deus Filho lhe deu a facilidade e a sabedoria da pregação. Disso são testemunhas as multidões que corriam para ouvi-lo, não cabendo nem nas igrejas nem nas maiores praças da cidade, tendo de ocupar os campos abertos.
O Espírito Santo o revestiu de tanta santidade que ele é conhecido como ‘o Santo’. E repartiu com ele o dom da presença em todos os lugares e em todos os tempos: é o Santo do mundo inteiro; e não há criatura necessitada que recorra a ele que não lhe escute prontamente a voz: aqui estou para te ajudar, proteger, curar, consolar, para te mostrar o caminho certo que te leva ao Pai, para te fazer compreender a verdade inteira que te conduz à fé no Filho de Deus, para te oferecer a veste da santidade do Espírito Santo que te envolve da graça e te garante o céu eterno.
Conheça mais a vida e a santidade de Santo Antônio nos livros que Frei Clarêncio publicou na Editora Santuário:
:: Santo Antônio: Simpatia de Deus e do povo
:: Santo Antônio: Mestre da vida
:: Orar 15 dias com Santo Antônio
por Frei Clarêncio Neotti, OFM
